
A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição silenciosa e progressiva que compromete a função dos rins ao longo do tempo. Muitas vezes, os sintomas iniciais são tão sutis que passam despercebidos, o que torna o diagnóstico precoce um fator crucial para evitar complicações mais sérias, como a insuficiência renal terminal.
Neste artigo, vamos explicar como a DRC é diagnosticada, quais exames são indicados e quais sinais merecem atenção para que você possa cuidar melhor da sua saúde renal.
O Que É a Doença Renal Crônica?
A DRC acontece quando os rins perdem, de forma gradual, a capacidade de filtrar toxinas e líquidos do organismo por um período superior a três meses. Esse mau funcionamento pode levar ao acúmulo de substâncias prejudiciais no sangue e impactar diversos órgãos.
A condição é mais frequente em pessoas com diabetes, hipertensão arterial e doenças autoimunes, mas também pode ter origem genética, infecciosa ou estar relacionada a fatores hereditários.
Principais Sintomas da Doença Renal Crônica
Nos estágios iniciais, a DRC pode não apresentar sintomas. Porém, com a evolução da doença, alguns sinais podem surgir:
- Inchaço nos pés, tornozelos ou pernas (edema)
- Cansaço constante
- Alterações na urina (espuma, sangue ou mudança na frequência)
- Dificuldade para dormir
- Náuseas e vômitos
- Dores lombares ou abdominais
Vale destacar que esses sintomas também podem estar ligados a outras condições de saúde, o que reforça a importância de procurar um médico para realizar exames específicos.
Como Diagnosticar a Doença Renal Crônica
O diagnóstico da DRC envolve exames laboratoriais e de imagem que avaliam a função renal e identificam possíveis danos. Veja os principais:
1. Exame de Creatinina Sérica
Esse exame mede a concentração de creatinina no sangue — um resíduo produzido pelos músculos e eliminado pelos rins. Níveis elevados podem indicar que os rins não estão funcionando como deveriam.
2. Cálculo da Taxa de Filtração Glomerular (TFG)
A TFG estima o volume de sangue filtrado pelos rins por minuto. Valores abaixo de 60 ml/min por mais de três meses indicam possível presença de DRC.
3. Urina Tipo 1 e Proteinúria
A análise da urina pode revelar a presença de proteínas (proteinúria) e sangue, sinais clássicos de comprometimento renal. Esse exame simples é fundamental para detectar alterações precoces.
4. Ultrassonografia Renal
A ultrassonografia permite observar o tamanho, formato e estrutura dos rins, auxiliando na detecção de anomalias como cistos, obstruções ou alterações no fluxo urinário.
5. Biópsia Renal
Indicada em casos mais complexos, a biópsia renal envolve a retirada de uma pequena amostra do rim para análise microscópica. É útil para diagnosticar doenças específicas, como glomerulonefrites ou distúrbios autoimunes.
Estágios da Doença Renal Crônica
A DRC é classificada em cinco estágios, de acordo com os valores da TFG:
Estágio 1: TFG acima de 90 ml/min – função renal preservada com sinais de lesão
Estágio 2: TFG entre 60 e 89 ml/min – comprometimento leve
Estágio 3: TFG entre 30 e 59 ml/min – dano moderado
Estágio 4: TFG entre 15 e 29 ml/min – prejuízo grave
Estágio 5: TFG abaixo de 15 ml/min – insuficiência renal avançada (necessidade de diálise ou transplante)
É Possível Prevenir a Progressão da DRC?
Sim. Embora a DRC não tenha cura, é possível retardar sua progressão com acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida. Algumas medidas importantes incluem:
- Controlar a pressão arterial e o diabetes rigorosamente
- Reduzir o consumo de sal e proteínas na alimentação
- Evitar medicamentos que sobrecarreguem os rins
- Praticar atividades físicas regularmente
- Manter o peso corporal adequado
Conclusão: O Diagnóstico Precoce Pode Salvar Rins
A Doença Renal Crônica avança de forma discreta, mas pode ter consequências sérias quando não diagnosticada a tempo. Por isso, se você tem fatores de risco — como hipertensão, diabetes ou histórico familiar de problemas renais —, faça exames de rotina e converse com seu médico.
Cuidar da saúde renal é um investimento na sua qualidade de vida. E lembre-se: quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de preservar a função dos rins e evitar a progressão da doença.