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Xerose Cutânea e Prurido em Pacientes com Doença Renal Crônica: Quais as Causas e como tratar?

Xerose Cutânea e Prurido em Pacientes com Doença Renal Crônica: Quais as Causas e como tratar?
19 de agosto de 2024 adminwp
Em Dicas

O que é xerose cutânea e prurido de pele?

Alterações cutâneas são complicações muito comuns e frequentes, principalmente em pacientes no estágio terminal da doença renal crônica (DRC). Esses sintomas afetam significativamente a qualidade de vida dos mesmos.
A xerose cutânea (pele seca), se desenvolve com a presença de hiperceratose e fissuras que favorecem a desidratação da pele e distúrbios de glândulas sudoríparas e sebáceas. O prurido de pele (coceira) apresenta manifestação localizada ou generalizada, com intensidade moderada a acentuada. O prurido ocorre com mais frequência no caso de hemodiálise do que na diálise peritoneal.

Causas da xerose cutânea e do prurido:

Acúmulo de toxinas – devido à incapacidade dos rins de filtrar as toxinas e a própria diálise que não consegue eliminar tudo, pode levar ao acúmulo de substâncias que contribuem para o prurido e xerose.

Hiperfosfatemia – níveis elevados de fósforo no sangue podem desencadear sintomas de coceira e ressecamento da pele.
Desidratação – os pacientes com DRC, geralmente, sofrem com desidratação devido à restrição de líquidos e perdas pela diálise.
Disfunção das glândulas sebáceas – a produção reduzida de óleo, que mantem a pele hidratada naturalmente, pode ser comprometida nos pacientes com DRC, desencadeando ressecamento e coceira.
Secura da pele (xerose) – a pele seca pode causar ou piorar o prurido.
Desequilíbrio dos eletrólitos – níveis alterados de eletrólitos, como cálcio e fósforo, estão associados principalmente ao prurido.
Medicamentos – alguns medicamentos, como heparina, podem piorar os sintomas.
Inflamação sistêmica – a inflamação crônica associada à DRC pode piorar os sintomas de pele.

Sintomas das alterações cutâneas:

Pele áspera e escamosa – a xerose contribui para que a pele fique áspera e escame com mais facilidade.
Coceira intensa – a coceira pode ser generalizada ou localizada, como costas, braços, pernas e rosto.
Rachaduras – pele muito ressecada pode rachar, aumentando o risco de feridas e infecções.
Descamação – tanto a secura da pele, quanto a coceira excessiva, podem ocasionar descamação da pele.

Como Tratar?

Cuidados no banho – evitar banhos longos e quentes, pois podem remover o óleo natural da pele.
Controle dos níveis de fósforo – manter os níveis de fósforo sob controle com quelantes e dieta adequada, ajuda a reduzir a xerose e o prurido.
Diálise adequada – garantir uma diálise adequada, assim removendo as toxinas acumuladas, pode contribuir para a melhora do prurido.
Evitar produtos irritantes – evitar contato com produtos de limpeza agressivos, tecidos/roupas de lã, que podem irritar a pele.
Cremes hidratantes – cremes à base de cânfora e mentol podem proporcionar hidratação da pele, sensação de frescor e alívio temporário da coceira.

Creme hidratante à base de cânfora e mentol

Popularmente o creme hidratante à base de cânfora e mentol é usado para aliviar dores musculares e articulares, reduzir a inflamação, proporcionar sensação de frescor e hidratar a pele. Os pacientes renais apresentam uma grande necessidade de cuidados com a pele que fica muito fragilizada por conta de toda a mudança fisiopatológica que a doença causa. A cânfora e o mentol também possuem propriedades calmante e refrescante, auxiliando no alívio da coceira e a sensação de desconforto na pele dos pacientes, além de fazerem uma combinação que proporciona um duplo efeito analgésico/anestésico. A cânfora aquece a região aplicada, enquanto o mentol proporciona sensação de frescor, ajudando a aliviar a dor.

Como usar o Renal Derm?

Aplicar sobre a pele de 2 a 3 vezes ao dia.

Conclusão

A xerose e o prurido são problemas comuns e desconfortáveis nos pacientes com DRC. Com cuidados adequados da pele, incluindo hidratação adequada, uso de medicamentos específicos, controle das condições subjacentes e intervenções no estilo de vida, é possível aliviar significativamente os sintomas e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

Referência
COSTA, André F. P, et al. Alterações cutâneas de pacientes renais crônicos em hemodiálise. Perspectivas Médicas, vol. 28, núm. 3, 2017.