
Na doença renal crônica (DRC), os rins perdem a capacidade de filtrar e eliminar resíduos e fluidos do sangue de maneira eficiente, o que pode levar a diversas complicações metabólicas e nutricionais.
Podemos dizer que na diálise há a retirada de substâncias tóxicas e indesejáveis ao organismo, mas também há perdas importantes de nutrientes que devem ser corrigidas sempre que detectadas ou por profilaxia; isto é, sai o que é “ruim”, mas perde-se também o que é “bom”.
Deficiências de Vitaminas na Hemodiálise
Um dos principais achados no status dialítico é a modificação do metabolismo das vitaminas e minerais. Isso se deve a vários fatores, como:
- Redução da degradação ou da produção pelos rins;
- Perdas pela diálise;
- Interações fármaco-nutriente;
- Ingestão alimentar deficiente e desnutrição.
Na Doença Renal Crônica (DRC), as vitaminas hidrossolúveis e as lipossolúveis apresentam diferentes características de alterações. Na diálise, as moléculas maiores (algumas vitaminas lipossolúveis) podem ser retidas. Já as moléculas menores (vitaminas hidrossolúveis e não ligadas a proteínas) podem ser perdidas em quantidades maiores.
Deficiência das Vitaminas Hidrossolúveis
As vitaminas hidrossolúveis que apresentam maior disposição à deficiências são: vitamina B6, ácido ascórbico e ácido fólico. O corpo humano não tem capacidade para sintetizar vitaminas, por isso, o seu metabolismo depende da ingestão adequada e frequente. A deficiência de vitaminas hidrossolúveis pode acontecer devido a alguns fatores:
- Baixa ingestão alimentar;
- Perdas através da diálise e ação de medicamentos;
- Uremia e o próprio envelhecimento.
A deficiência de vitamina B6 nos pacientes com DRC são multifatoriais, mas a presença de toxinas urêmicas demonstra ser a principal causa. Os sintomas relacionados à deficiência são:
- Disfunções imunológicas;
- Metabolismo alterado de lipídios e aminoácidos;
- Distúrbios dermatológicos e neuropatia periférica.
A concentração de vitamina C no organismo é regulada pela absorção intestinal, pela reabsorção tubular renal e por sua taxa de catabolismo. É possível haver perda significativa de ácido ascórbico durante o procedimento dialítico, tanto hemodiálise (HD) quanto diálise peritoneal (DP). Também a ingestão alimentar deste nutriente pode ser insuficiente devido à necessidade de controlar-se o consumo de frutas e vegetais para manter a calemia normal (potássio no sangue).
No plasma, o ácido fólico é encontrado especialmente na forma livre. Mas sua entrada nos tecidos e toda a sua atividade dependem da vitamina B12 (transportador). O ácido fólico tem como função primordial o metabolismo dos aminoácidos. No paciente em diálise, sua reposição é necessária na hematopoiese e no controle da homocisteinemia.
Vitaminas Lipossolúveis nos Pacientes Renais
As vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) não têm indicação de suplementação para os pacientes com DRC, visto que geralmente apresentam níveis plasmáticos dentro da normalidade. E a perda pelos processos dialíticos é mínima ou nem ocorre. Além disso, em altas concentrações podem se tornar tóxicas ao organismo pela sua capacidade de acúmulo no tecido adiposo. Devem ser suplementadas quando sua deficiência for detectada e por tempo assistido.
Motivos que podem levar a deficiência de Minerais
Na DRC, ocorre tanto deficiência como excesso de minerais nas reservas teciduais. Os mecanismos responsáveis por essas alterações ainda não estão bem estabelecidos. Os principais motivos são:
- Diminuição ou aumento da excreção renal leva ao acúmulo ou à depleção dos minerais;
- Contaminação do dialisato;
- Perda de minerais através das membranas dialíticas;
- Dieta restrita/insuficiente em proteínas tem risco de deficiência de zinco e selênio;
- Os medicamentos além de conter certos minerais, também podem alterar sua utilização e distribuição;
- O estresse oxidativo pode alterar o metabolismo dos minerais, principalmente nos pacientes em HD.
É comum pacientes dialíticos referirem hiporexia, alopecia, unhas fracas e quebradiças, dentre outras queixas multicausais que se ouvem diariamente numa rotina de Terapia Renal Substitutiva (TRS). Da mesma forma, observa-se que algumas dessas queixas desaparecem quando é suplementada vitaminas e minerais de forma regular, desde que esta seja a causa principal da queixa, obviamente.
Suplementação Especifica para Pacientes Renais
Como vimos nesse conteúdo a suplementação é extremamente importante no controle nutricional da doença renal crônica, e deve ser tratada individualmente, levando em consideração as necessidades de cada paciente, estágio da doença, tratamento realizado e outras condições médicas de cada pessoa.
Suplementos desenvolvidos especialmente para pacientes renais são a melhor escolha para melhorar a qualidade de vida dos pacientes renais. Um suplemento referência é Renalvit Plus.
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Referências
RIELLA, Miguel C; MARTINS, Cristina. Nutrição e o Rim – 2 ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, pág. 61 a 70, 2013.